Finisterra Pessoal
Pintura de Chona
Um conjunto de trabalhos a óleo sobre tela, aborda a temática do mar num sentido onírico e sensorial, onde o espectador vai descobrindo percpções e sentimentos acerca do que vê.
Em cada pessoa existe o seu cabo Finisterra, onde a terra acaba e o mar começa.
Esta exposição pretende que cada um descubra esse ponto em si, criando uma cumplicidade e intimidade, uma intimidade nua e exposta.
Que em cada nova Primavera sejam dispostas novas cores sobre o olhar...para não adormecermos na viagem...
Que a pintura seja um olhar gratuito que partilhamos na cumplicidade de existir.
Que a pintura nos faça comunicar e ficar mais proximos e deixar que a cor seja a luz do caminho.
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"Finisterra Pessoal"

"Finisterra Pessoal"
Posto de Turísmo/ Galeria de Exposições da Moita

Work in progress by Chona

Work in progress by Chona
5 Girls, óleo s/ tela -2009

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Present Sky





Enquanto o desejo do homem for ser pássaro e voar, então a criança será homem e sonhará…


No alto de seu voo, verá o pássaro o que os outros não conseguem, talvez devido à perspectiva, ou à sensibilidade, ou simplesmente através da constatação do que já suspeitara, negação. Esse contraste impõe-se através da força das cores, a discórdia assume a forma de guerreiros; a incompreensão, no isolamento da solidão e de alguma tristeza; na fragilidade da criança surge a esperança; na poalha da tempestade rompe o canto dos pássaros e nas melodias surgem as lembranças das paixões e dos amores destroçados ou refeitos… pintados e expostos sem molduras.

Falta-nos a capacidade de compreensão, oh natureza que nos pinta os olhos de beleza, ou talvez, nos falte sermos irracionais, para sentirmos o malogro, a falta de respeito pela liberdade do que nos rodeia, a crueldade da civilização em nome do desenvolvimento, que mais se assemelha a retrocesso da civilização, a comportamentos irracionais.

Ouvimos o grito surdo dos que já não podem gritar… enclausurados na velhice angustiada e sem reconhecimento, dos que descobrem a vergonha e o desprezo, vincam-se-lhes no rosto como rugas.

Vemos a queda de quem, no desespero salta de cabeça perdida, quando um dia também ousou sonhar voar…

As guerras causadas pelas crenças, pelo domínio das religiões, nessa batalha milenar e sem fim à vista, envenenada por elaboradas campanhas de marketing, para angariar novos recrutas com uniformes e batinas, prontos a explodirem de heroísmo.

Liberto a musa que se estende com asas abensonhadas por entre as andorinhas ao entardecer… fico apreensivo porque esta se volteia em susto e grito, vê-se o peito, acelerado…mais forte o medo que a crença.

Mais forte a cor que o negro…óleo sobre tela